Sejam bem vindos nessa casa, onde despida de qualquer pudor, ouso ser eu mesma!

Sejam bem vindos nessa casa, onde despida de qualquer pudor, ouso ser eu mesma!

Que ela possa ter alguma valia para quem lê, estuda , sente e vive a questão aqui tratada. E que de alguma forma minha experiência possa orientar. Sem medo, mostro meu caminho, o caminho que estou seguindo no desejo de ser feliz no desejo de estar bem e viver bem e no desejo de que um dia , possam todos em um nivel melhor e mais elevado de consciência, estarmos numa mesma vibração de amor e respeito uns aos outros! E que sejam bem vindos todos os filhos desse universo e que todos os pais sejam um dia iluminados com o poder do verdadeiro amor filial. O amor é assim: sem egoismos, sem orgulhos, sem pudores, feito criança ele apenas sente...por enquanto é isso!

http://www.youtube.com/watch?v=WBSAVK2xLgU
decidi colocar esse link: DA MULHER INVISIVEL porque todos que estão a trabalho da alma e não pelo ego, são invisíveis!

quinta-feira, 17 de março de 2011

CAPITULO IV - A CASA -

Malu estava lá. Na sua casa. A casa ...sabem o que isso significava? A casa? Casa é sinônimo de lar, familia, refúgio, teto, segurança, tranquilidade, amor , sim amor, paz, enfim...hoje Malu sabe disso porque hoje é um tempo que faz tempo do tempo que passou quando ela estava na sua casa....primeiro lar!
Acredito que a relação dela com a casa deveria ser um desejo inconsciente de se ter a familia por perto. Pai e mãe juntos ou não, mas perto. Um pai presente, principalmente. Não saberia avaliar o sentido dessa casa naquele momento, porque tudo acontecia de forma instintivamente a nem permitir o raciocínio dos acontecimentos dada a rapidez , da forma como tudo foi se passando. Hoje, já crescida, pode avaliar com calma esses fatos.
A casa estava lá e ela estava na casa. Pela primeira vez na vida sentiu uma solidão boa, calma e tranquila. Morar sozinha foi a melhor coisa que lhe acontecera nos ultimos tempos, pensava. Malu finalmente conseguia um pouco de silencio.
Com a casa veio também seu primeiro trabalho. Malu conseguiu assim: Foi até um banco onde a conheciam, porque sua avó frequentava por muitos anos esse banco e ela muitas vezes foi acompanhá-la, então decidiu se dirigir até esse banco, chegando lá chamou o gerente – ela lembra nome e sobrenome – e disse assim: _ Sr. Fulano, tudo bem? Lembra de mim? Sou a neta da fulana, estou morando aqui na cidade e fazendo faculdade de direito e preciso trabalhar, pensei em te pedir um emprego aqui no banco, existe alguma vaga , algum serviço que possa fazer? Quero trabalhar aqui!- O homem surpreso lhe disse que poderia sim...então tudo começou ai!
Já com dezoito anos iniciou seu primeiro trabalho naquele banco. Foi um tempo: m a r a v i l h o s o! Um dos melhores de sua vida!
Funcionava assim: a casa onde morava era da avó, consequentemente a isentando de pagamento de aluguel, a avó também lhe custeava a faculdade, então seu salário seria para as suas depesas pessoais e livros, porque ela fez questão de avisar os avós que os livros ela compraria. Malu lembra que sequer indagou , em nenhum momento qual seria seu salário – iria começar no banco como auxiliar de escritório – era esse o nome do cargo – salário? Nem pensou nisso! Só viu quando a pessoa do RH a chamou na hora de registrar a carteira e viu lá um numero que para ela era muito “grande” e ficou super feliz!
Malu fez tudo premeditado, pensou nesse banco por estar perto de sua nova casa. Cinco quarteirões de sua casa, mesma rua, só seguir em frente! Não era um sonho? Pensava! Poderia ir tranquilamente a pé.
Vida nova! Primeira casa, primeiro trabalho, faculdade...primeiro namorado...ela nem queria namorar, como sempre, a vida deu um super salto! Parte da angústia havia passado, parte, pois estava entorpecida pelos ultimos acontecimentos em sua vida. As mágicas estavam funcionando...
O trabalho era simplesmente fantástico! Ajudava também o fato de ter muitos jovens cursando faculdade e a mesma faculdade de Malu, se não fosse direito era administração, então a “turma” era fantástica! Naquela época os bancos abriam logo cedo, creio que 8h00 , Malu trabalhava das 08h00 às 14h00, maravilhososo! Depois ainda com a tarde toda livre, a faculdade só a noite. Com isso foi mobiliando melhor sua casa, arrumando sua vida.
Na primeira semana da faculdade Malu estava tão radiante, tudo indo tão bem que até pensou: Nem quero namorar, senão estraga! (olhem só o tipo de pensamento, a situação emocional dela, assimilando uma estória anterior, de seus pais, como fracasso total e carregando isso para a sua vida), mas o fato é que na segunda semana de faculdade caía por terra sua promessa! Na segunda semana de faculdade já estava namorando.
Casa, emprego , primeiro namorado, tudo novo, Malu ficara feliz porque se sentia muito bem recebida pela familia de seu namorado. O que era muito importante para ela. Ela sentia o preconceito de ser filha de pais separados, naquela época isso existia...e ela ainda voltou para cidade onde tudo aconteceu, reviveu o passado de seus pais. Isso foi muito difícil para ela...mas dentro daquela familia do seu namorado, existia um sentimento muito confortável e acolhedor. Familia que era extremamente católica, não se importava pelo fato dela morar sozinha – é isso isso também acontecia... afinal que menina mora sozinha numa cidade pequena daquela? - cadê os pais dela? - Mas o fato é que essa família a acolhia sem julgá-la. Uma linda familia, uma familia realmente feliz era aquela, e Malu e seu namorado formavam o casal perfeito da faculdade, mas alguma coisa acontecia dentro dela...sentimentos obscuros e confusos estavam lá ainda...e iriam ficar por muito muito tempo...
Estava na mesma cidade que seu pai morava...foi aí que ela se percebeu de algo maior...o destino havia se incumbido de aproximar esses dois ao menos geograficamente! Coincidências?
Antes, estava numa cidade a quase 500km de distância, agora na mesma cidade onde nascera, onde seu pai morava...e agora?
As coisas são tão incríveis na vida, tão mágicas e acontecem numa velocidade tão impressionante que muitas vezes, na grande maioria das vezes nem percebemos os milagres, as mágicas, as “penas azuis” que se materializam. (essa estória está em capitulo anterior)
Em um dado momento Malu e sua mãe se desentenderam por telefone seriamente. Demorou , pensou ela. Então não havia outro caminho a seguir, senão procurar finalmente seu pai. Malu queria saber quem era seu pai, como era seu pai, afinal ele era mesmo esse monstro desumano?
Para voces terem uma idéia, os pais da Malu foram um casal famoso na cidade, na época, de um lado a mãe era a mulher mais bela daquela cidade naquela época, verdadeira Liz Taylor. Isso gerava repercussão , claro! Malu não sabe dizer muita coisa a respeito de tanta fama dos pais, talvez pela forma com que separaram, numa pequena cidade do interior deve ter gerado comentários e certos escândalos! Mas o fato é que quando estava trabalhando no banco, muitas vezes chegavam alguns clientes para ela atender que simplesmente olhavam e diziam: _ Nossa, voce é filha do Georgetti? Malu assustada porque nem conhecia tais pessoas simplesmente confirmava, e então ouvia: _ Sabia que a filha dele estava na cidade, mas não sabia que estava trabalhando aqui e ao te ver te reconheci porque voce é a cara de seu pai! Impresionante! Acreditem, as pessoas iam ver a filha do Georgetti naquele banco....Malu virara certa atração turistica, iam ver a filha da mãe – fulana de tal - (literalmente, o nome da mãe não foi falado aqui, então fica sendo a filha da mãe mesmo) e a filha do Georgetti! Certa vez, uma amiga de sua mãe a reconhecera e quase que adicinhando a angústia de dentro dela falara: _”Menina , voce foi a criança mais desejada, mais amada e bem recebida desse mundo! Sabia disso?” - Hã, como assim? O que essa louca está falando?
Num momento de grande angústia e coragem, Malu brigara com sua mãe, estava realmente só na vida, não importando naquele momento se os avós eram esses avós maravilhosos, se seu namorado era espetacular e se a familia desse namorado a recebia de forma carinhosa e amável, não importavam suas amizades na faculdade nem no trabalho, Malu estava repleta de pessoas ao seu redor, mas estava só. Sempre soubera disso e agora, depois que havia descartado sua mãe de sua vida – aquelas brigas de adolescente, passionais – estava só, imersa nessa solidão incomensurável de vida. Sua alma sentia a dor e a angústia de tudo e de nada!
_Preciso conhecer meu pai, afinal ainda posso tê-lo, dizia. E num misto de angústia, dor, medo e coragem tirando de sua alma esse desejo maior que tudo, pensou por qual caminho iria passar até chegar nele? E lançou-se ao mar da vida!