Sejam bem vindos nessa casa, onde despida de qualquer pudor, ouso ser eu mesma!

Sejam bem vindos nessa casa, onde despida de qualquer pudor, ouso ser eu mesma!

Que ela possa ter alguma valia para quem lê, estuda , sente e vive a questão aqui tratada. E que de alguma forma minha experiência possa orientar. Sem medo, mostro meu caminho, o caminho que estou seguindo no desejo de ser feliz no desejo de estar bem e viver bem e no desejo de que um dia , possam todos em um nivel melhor e mais elevado de consciência, estarmos numa mesma vibração de amor e respeito uns aos outros! E que sejam bem vindos todos os filhos desse universo e que todos os pais sejam um dia iluminados com o poder do verdadeiro amor filial. O amor é assim: sem egoismos, sem orgulhos, sem pudores, feito criança ele apenas sente...por enquanto é isso!

http://www.youtube.com/watch?v=WBSAVK2xLgU
decidi colocar esse link: DA MULHER INVISIVEL porque todos que estão a trabalho da alma e não pelo ego, são invisíveis!

sábado, 3 de dezembro de 2011

MEU PAI SE FOI - "'COINCIDÊNCIAS DO UNIVERSO"

VIM HOJE AQUI, APÓS UM PERÍODO AFASTADA DESSE BLOG PARA CONTAR A VOCÊS QUE ONTEM MEU QUERIDO PAI FOI PARA UM OUTRO LUGAR CHAMADO AMOR. FOI PARA UMA DIMENSÃO QUE POR ENQUANTO NÃO NOS CABE SABER, FOI EMBORA DAQUI, MAS SEI QUE ANTES DISSO TUDO, PUDE RECEBÊ-LO DENTRO DO MEU CORAÇÃO, DENTRO DE MINHA ALMA E POR ISSO ME SINTO EM PAZ E BEM COMIGO MESMA E COM ELE TAMBÉM. NÃO PUDE ESTAR AO SEU LADO NESSE MOMENTO, NÃO DEU CERTO, ESTOU LONGE....MAS BEM PERTO.

 A carência e a ausência não me cabe mais julgar , cabe apenas relatar que vale a pena o perdão para receber o amor. Cabe dizer através dessa minha experiência que vale a pena a humildade, o cuidado com o crescimento da alma e a transcendência do ego, senão , nada mais faz sentido por aqui. Cabe a mim dizer aqui como foi essa jornada... Estou em paz dentro do caos que sempre existirá porque ele faz parte dessa dualidade que devemos assimilar e transcender. 
Tudo flui na vida, acreditem! Confiar é o único caminho, caminho esse que nos faz lembrar novamente daquele aprendizado na escola - pelo menos na minha época quando usei uma cartilha chamada
 "CAMINHO SUAVE" e acredito que é assim que deve ser.

Aqui me rasgo, grito, falo, escrevo, digo, e não me escondo. Por ser assim , já errei muito em outros lugares, mas preciso respeitar minha essência, por ser assim, conseguir extrair das tragédias da vida as alegrias e as ironias. Já me fiz de louca por muitos, mas assim sou. Minha alma pede passagem e sem pudores venho mais uma vez sangrar meu coração.

Esse sangue é sangue bom! Sangue de amor e de vida, sangue de perdão e aceitação!
Esse sangue é alma que é universo que é o SER!


Estou em êxtase e numa plenitude inimaginável, não tenho medo, sinto a força da vida me jogando para onde devo ir, sequer posso saber ao certo, mas estou em confiança e paz.

Pai* e Mãe** - não se julga dessa forma, eu julguei e errei muito, por isso estou aqui, para mostrar que vale a pena se curvar diante dos céus e pedir perdão e aceitar o perdão dentro de nossos corações. O perdão é piegas não?

Mas é a cura e a resposta de nossas indagações, que após o exercício de tantos perdões vão se calando na mente até que não exista mais perguntas, porque as respostas estão lá dentro, como sempre estiveram e nosso orgulho e ego não nos permitiram ver .

Somos ainda, muito tolos e soberbos, esquecemos da brevidade da vida e da efemeridade da beleza física. Como disse Exupery: "O essencial é invisível aos olhos"



Grata a todos que me leem e não me julgam!


* e **: Pai e Mãe, difícil conceituar o significado de ser pai e mãe. Por isso difícil fazer julgamento. Ele vem de acordo com o amor e tratamento que se recebe de pai e de mãe. Quem dá amor recebe amor, quem dá orgulho recebe desamor, quem dá o ego recebe ira, quem dá egoísmo recebe desapego, quem dá vaidade recebe soberba, enfim, vale o ditado popular: "Quem semeia ventos, colhe tempestades" . Isso é fato! Não precisamos julgar um fato!

domingo, 17 de julho de 2011

MEU FILHO, VOCE NÃO MERECE NADA. - TEXTO DA ELIANA BRUM - leiam

 
Meu filho, você não merece nada
 
A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada
 
Eliane Brum
   Divulgação
ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br Twitter: @brumelianebrum
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)

terça-feira, 10 de maio de 2011

FAMÍLIAS EM CRISE - RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO DO AMOR - CORAGEM PARA FALAR E MEDO DOS QUE SE AFASTAM

O que dizer às pessoas que não aceitam as histórias de vida? Que acreditam estarem longes de tudo e de todos os problemas aqui narrados e que de certa forma se sentem seguras numa pseudo-segurança transitória e tão fugaz quanto a beleza e o tempo?

Acredito que quase nem tenhamos isso, pois dadas as contingências da vida, estamos todos de alguma forma numa barca só.
Mas penso, e se não estiver muito enganada que em dado momento todos estamos vivendo algo semelhante, seja numa forma ou na outra, daí que preciso dizer que apesar de tudo, acredito na convivência familiar de forma saudável, amorosa, na forma com que vizualizo uma familia melhor e da mesma maneira que a visualizo, acredito nela. Acredito que tenhamos agora mesmo pessoas realizadas dentro de suas familias e acho isso muito belo e mágico! Admiro e peço ao universo que isso tudo seja diferente daqui pra frente. Que o amor não seja ridicularizado,politizado,nem comprado!

Hoje vivenciei mais uma experiência. A experiência de que pais , mães e filhos falam em muitas ocasiões, realmente linguas distintas. 
Necessariamente, deveriam ser os pais a compreender o universo dos filhos , entretanto estou vendo de forma contrária. Os filhos ensinando como eles desejam serem compreendidos e amados.

Vejo interrogações acima das cabeças dos pais e vejo que em muitos casos a linguagem não é suficiente para o entendimento, então peço de coração aos pais que de fato e sem egoísmos, permitindo que o ego se distancie, e aceitando seus proprios limites, escutem de fato o que os filhos estão dizendo. Não precisam ser psicólogos e especialistas no assunto, basta ouvirem com a voz do coração! Essa voz não possui ego, por isso é livre de julgamentos e ofensas, é humilde e capaz de amar o outro. Ouvir a voz do coração...
simples assim!

outro fato notório: noto que muitas pessoas se afastam quando percebem a história , a sua história, não seria medo de "espelhos"?

Auto-análise requer coragem e transcendência do ego!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

serpentequemente: ETERNIDADE

serpentequemente: ETERNIDADE: "Te queria sempre aqui, ao meu lado, sempre comigo. Mas a vida não permite esses caprichos, chega uma hora, cada um vai para um lado, cuidar ..."

domingo, 3 de abril de 2011

CAPITULO I - FUGINDO DE CASA NA ÍNTEGRA: A CARTA DA FUGA! Devidamente fotografada e registrada como prometido!


CAPITULO VI - LANÇANDO-SE AO MAR DA VIDA! CORAGEM PARA ENCONTRAR O PAI!

E a vida mais uma vez lançou-se em seus mistérios...

E o telefone tocou...hum...demorando a atender....eis que: Alô? Por favor o "Georgetti" está? Quem quer falar? (ops...não pensei...fala que é a filha dele ...quase desligando...do outro lado eis que surge uma voz imponente e grave: Alô, filha? Tudo bem?...ham..tudo...é que não sei se sabe...estou morando aqui na cidade agora...e queria saber se posso passar uma hora ai no escritório pra gente conversar...sei lá...queria te ver...(segurando o choro) posso? 

Marcaram uma tarde, não lembra Malu se foi no primeiro dia do telefonema ou não...mas ela foi até lá.

O lugar onde o pai trabalhava era dentro da casa de um tio e o escritório ficava ao lado. Um sobrado, uma escada pelo lado de fora...era ali que tinha que entrar...

Foi sozinha - olhou bem essa escada e pensou em voltar desistir, não saberia se iria conseguir subir todos os degraus, por medo, e se fosse novamente rejeitada? Sei lá, nessa hora passam pela mente infinitos pensamentos, infinitos medos, mas infinitos desejos e mais forte que tudo isso foi a coragem e decidiu subir degrau por degrau tentando imaginar como seria e como estaria e como a receberia, seu pai! 

O escritório cheio,  e viu que todos a olharam...uma grande sala , todos em suas mesas sem nenhuma parede e ela entrando ali sendo observada através dos olhares, ora surpresos, ora assustados, não sabe mais descrever o que sentiu...entrando mais um pouco veio aquele homem grande a recebê-la. Sinceramente Malu não se recorda da forma com que foi recebida, não sabe se já foi abraçada, como foi recebida, impressionante! Só sabe dizer que sentiu que aquele homem que era seu pai estava lá em sua frente, em pé e a sensação foi que estendeu as mãos, acha.. que a abraçou...acha...mas o fato é que ele estava lá e de alguma forma as ações dele foram de receptividade não rejeição...parece que estaria desejando esse encontro também.

Afinal se abraçaram e só havia choro!

O que falaram? esquece! Não importa! Só choraram!
A impressão foi de que o escritório inteiro chorou!

Esse foi o primeiro contato de fato depois de muitos anos . Durante a separação Malu lembra que algumas poucas vezes, crê que duas ou três vezes, eles tentaram se ver, mas a sensação era terrivelmente desconfortável. Malu lembra de uma casa, uma garagem , ela encostada na parede, ao lado de um carro, devia ter uns 9 anos...e não conseguia se comunicar, não conseguia falar, chegar, dizer, sentir. Todas as palavras e sentimentos haviam dado um nó na garganta e no coração, consequentemente na alma! Seu pai havia se transformado em uma corrida de obstáculos e como era pequena se sentia muito baixa para alcançar e transpor esses obstáculos, e ele com certeza não conseguia chegar também. Era um desconforto imenso, tanto é que após algumas tentativas as visitas cessaram por completo . E assim se seguiu o resto da infância, o inicio da adolescência e assim até àquele momento descrito acima. Malu com dezoito, agora! 

Criou-se um vácuo , vácuo de luz , de amor, de cumplicidade, de amizade, de paternidade, vácuo intransponível vácuo esse que feito planetas inabitados lá dentro também não havia nenhuma forma de vida! porque não havia amor, luz e ar! Esse vácuo persistiu por muitos anos em sua vida. O buraco negro que nem a física quântica pode explicar!

E então finalmente o encontro! Deu-se em 1986.
Ano do inicio da faculdade
Ano do primeiro namorado
Ano da primeira casa
Ano do primeiro trabalho
Ano do inicio de uma nova vida. 
Uma vida diferente
Um caminho diferente
Não que seja uma nova vida, mas finalmente uma vida que Malu estava "escolhendo" , será?!


CAPITULO - V - ONDE ESTÁ MEU PAI? JOGAR-SE AO MISTÉRIO DO CORAÇÃO!

Malu pensou: Estou aqui e ele também , na mesma cidade...e como disse antes...criando coragem, e a despeito de todos os medos, de todos os estados sombrios de dentro d'alma, a despeito de tantas dores, de tamanha rejeição dentro do coração....tomou ar e a coragem e o impulso em procurá-lo foi maior que tudo.

Toc toc toc...meu Deus abençoe esse instante, tenho medo...

Seguindo o final do capitulo anterior - Capitulo IV - disse para si mesma:  

_Preciso conhecer meu pai, afinal ainda posso tê-lo, dizia. E num misto de angústia, dor, medo e coragem tirando de sua alma esse desejo maior que tudo, pensou por qual caminho iria passar até chegar nele? E lançou-se ao mar da vida!

TIRAR O CONVÍVIO COM O PAI PREJUDICA A FORMAÇÃO DA CRIANÇA - REPORTAGEM -

Tirar o convívio com o pai prejudica a formação da criança

A invenção de mentiras sobre o ex-parceiro provoca a sensação de abandono nos filhos

Por Especialistas Publicado em 7/3/2011

Alienação parental é quando um dos pais (geralmente o que tem a guarda da criança) inventa mentiras e calúnias contra o outro, acusando-o de coisas que não aconteceram, na intenção de colocar os filhos contra ele, destruindo qualquer sentimento positivo que o filho sinta pelo pai ausente.

Em sua grande maioria as alienadoras são as mães, mas a familia inteira pode praticar a alienação * (grifo meu) que ficam com a guarda dos filhos. São pessoas doentes, capazes de atos absurdos, provavelmente, fruto de uma separação muito mal resolvida e nada elaborada.

A raiva contra o ex-parceiro é descontada em atitudes absolutamente doentias e inconsequentes contra ele, a ponto de levar os filhos a acreditarem que foram abandonados pelo pai intencionalmente, que este "desistiu" deles, alimentando um sentimento muito ruim de rejeição e abandono que permanecerão para sempre em seu íntimo. 
A raiva contra o ex-parceiro é descontada em atitudes absolutamente doentias e inconsequentes contra ele, a ponto de levar os filhos a acreditarem que foram abandonados pelo pai intencionalmente
A identidade da criança e do adolescente se faz na interação com os pais, em primeiro lugar, e com o mundo. Esse convívio com o pai lhe é tirado à força, rompendo uma relação que poderia ser saudável e fazer toda a diferença em seu desenvolvimento como um todo. O prejuízo é a falta do afeto, do olhar do pai, do reconhecimento deste, e a ideia da mentira vai reforçar os sentimentos negativos da criança: "Não sou boa o bastante para o meu pai gostar de mim, ele nunca me amou".DISSO VEM TAMBÉM O : Não sou boa o suficiente para que outros não me amem. E vem que qualquer outro homem durante a vida deverá lutar por voce, literalmente, senão não será bom para voce" - grifo meu!

Um exemplo típico é a mãe provocar o sentimento de abandono no filho: "Olha como seu pai não liga pra você, nem telefonou no seu aniversário!" - quando o pai tentou de várias maneiras entrar em contato e foi devidamente impedido de acessar o filho - ou foi enganado com a afirmação da mãe de que o filho não queria falar com ele, quando aquele nem soube que o pai ligou.

Algumas mães chegam ao extremo de inventar falsas acusações de abuso sexual por parte do pai, pois este argumento garante a suspensão imediata da visitação. Como a justiça é lenta, até que se prove o contrário a mãe ganha tempo para bolar algo que afaste mais ainda a criança do pai.  
Há aqui a criação de uma falsa memória: a criança não tem a memória sensorial, porque não viveu aquilo, mas a mãe afirma que isso aconteceu. Cria-se um adulto dicotomizado, com uma crise de identidade: "Afinal, isso aconteceu ou não comigo?" Não confia em sua percepção das coisas, em sua memória. A criança simplesmente acredita no guardião, repetindo falas e atitudes deste. Ela é levada a duvidar do amor do outro. Mesmo que se sinta bem ao lado dele, vê-se na obrigação de negar isso para o outro.

Os filhos sentem-se "traindo" o outro quando passam um dia muito gostoso junto com o pai - a necessidade de cumplicidade com o que toma conta é mais forte e a lealdade a ele não pode ser ameaçada. Chantagens como: "Se você gosta dele é porque não gosta de mim!" são comuns e obrigam o filho a mentir para se resguardar dos ataques do outro.

Enquanto são crianças, os filhos não têm como ir atrás da verdade e nem como questionar o que acontece. Mas, um dia entrarão em contato com a realidade, e será bem difícil lidar com a descoberta de que o "algoz" era justamente quem estava todo o tempo ao lado deles.

É muito difícil eliminar a marca que fica, o ressentimento irá permear pelo resto da vida a relação com o pai que ficou longe, e isso, poderia ter sido evitado. Sempre aparecerá a tristeza, a agressão ou a sensação de abandono, de revolta. O filho tem a sensação de que o pai não lutou por ele, não o amou o suficiente para enfrentar as adversidades e garantir sua convivência com ele.

O triste é que o tempo perdido não volta mais. Toda a infância, desenvolvimento e conquistas do filho são tirados injustamente do convívio com o pai. Todos perdem (e muito!).

É possível reconstruir uma relação, mas jamais resgatá-la. Infelizmente.

Marina Vasconcellos - Psicóloga

texto extraído do site minha vida

http://www.minhavida.com.br/

 

A FAMILIA - COMO ADMINISTRAR OS CONFLITOS - (?)

03/04/2011 - 07h00

Brigas dos pais afetam os relacionamentos dos filhos até a vida adulta

RENATA RODE
Colaboração para o UOL
  • Crianças que presenciam brigas violentas dos pais têm mais dificuldades em se relacionar Crianças que presenciam brigas violentas dos pais têm mais dificuldades em se relacionar
Você pode não se dar conta, mas discussões de casal diante dos filhos podem marcá-los para sempre. Foi exatamente isso o que aconteceu com Paula (que prefere não revelar o nome), relações-públicas que mora em São Paulo e tem 30 anos. Emocionada, ela garante não acreditar mais no amor. Para ela, um dos motivos de sua vida amorosa ser tumultuada é resultado dos exemplos que teve em casa: constantes confrontos dos pais e a separação dos dois.

“Eles acabaram com o casamento deles e eu com o meu, no ano seguinte. Fiquei tão passada quando descobri uma traição do meu pai que acabei fazendo do problema deles o meu. Conclusão: meu ex não aguentou tanta pressão”, resume. Namorando há três anos outra pessoa, Paula diz ter a impressão de que a relação não vai decolar. “Quando me lembro das brigas que presenciei na minha infância e na adolescência, acho que não casarei e nem terei filhos”, diz ela, que afirma lutar contra esses pensamentos, mas é difícil não associar família a um ambiente conturbado.

DEPOIMENTOS REAIS

A professora Lidia Weber fez a seguinte pergunta às crianças entrevistadas: "Se você pudesse fazer três pedidos para a fada madrinha realizar, quais você faria para ela mudar ou melhorar na sua casa, nos seus pais ou na sua escola?". Veja algumas respostas:

“Queria que meus pais parassem de gritar comigo e minha mãe parasse de me xingar.” (menina de 6 anos - caso 32)

“Queria que meus pais não me batessem mais.” (menina de 7 anos - caso 21)

Queria que meus pais parassem de brigar entre eles e meu irmão não brigasse tanto comigo.” (menino de 5 anos - caso 37)

Para Lidia Weber, professora e pesquisadora da UFPR, pós-doutora em desenvolvimento familiar, o comportamento dos pais tem sido um dos principais temas de pesquisa em relacionamento familiar nos últimos tempos, em todo o mundo.

“Sabemos, com certeza, que não basta ter ótimas práticas educativas. Os pais também devem ter bom relacionamento entre eles”, explica a especialista. “Uma abordagem integrativa e interdisciplinar inclui três relações de influências mútuas em uma família: mãe-filhos, pai-filhos e relação conjugal.”
Segundo Lidia, quanto mais os pais brigam entre si, mais a criança tem tendência de apresentar comportamentos denominados antissociais (brigar, mentir, praticar bullying, gritar etc.).

“Conflitos simples entre os pais não são apontados como problemas se o casal consegue resolver as diferenças. Porém, se as brigas continuam, podem levar a sinais de depressão, ansiedade e outros problemas transferidos às crianças”, explica.
A professora realizou uma pesquisa –junto com sua assistente de mestrado em Educação, Gisele Stasiak– com 40 crianças entre 6 e 7 anos de idade, pais e professores. O estudo revelou dados curiosos sobre a influência conjugal na vida dos filhos. Veja o que foi detectado:

COMPORTAMENTO DAS CRIANÇAS DIANTE DA RELAÇÃO CONJUGAL DOS PAIS

Quanto melhor a interação familiar, menos estressante é a relação entre pais e filhos
Quanto mais as crianças percebem a desarmonia dos pais, menos regras os adultos colocam e mais elas são consideradas "difíceis" por eles
Quanto mais as crianças percebem um clima conjugal negativo, menor o índice de habilidades sociais
Quanto mais estressante a vida do casal, mais frequentes as punições físicas em relação às crianças
Crianças cujos pais têm uma relação harmônico têm melhores relacionamentos com os amigos

Discussões para o bem
Kátia Teixeira, psicóloga da Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico de São Paulo (EDAC), defende o valor da experiência das brigas conjugais para crianças e jovens em formação. “Acredito que o problema não está na discussão, mas, sim, em como ela é conduzida. Discussões fazem parte dos relacionamentos. Se um casal diverge em algo, não precisa omitir dos filhos. Mas essa conversa deve acontecer com respeito, sem ofensas, humilhações e, especialmente, sem violência, seja ela física ou verbal”, defende. “Casais que não se respeitam  possivelmente facilitarão o surgimento de conflitos nos filhos.”

  • Thinkstock Se os seus filhos presenciarem uma briga séria, converse com eles depois e peça desculpas
Lidia diz que os filhos podem aprender muito com as crises. "As pessoas brigam e se reconciliam, podem ter opiniões diferentes e se amar mesmo assim; podem se amar e brigar de vez em quando... É importante aceitar a opinião de outros e saber perdoar", explica ela. "Brigas ruins são compostas por insultos pessoais, expressões de hostilidade, xingamentos e agressão física. Discussões que levam ao aprendizado mostram expressões verbais de apoio ao outro, compreensão e empatia; cumplicidade e compromisso para resolução do problema”, diferencia.

SEIS DICAS DAS TERAPEUTAS PARA NÃO TRAUMATIZAR OS FILHOS

1. Evite ao máximo brigar seriamente na frente dos filhos, especialmente crianças pequenas, que acham isso assustador
2. Lembre-se de que crianças são sensíveis, observadoras e perceptivas. Elas sentem facilmente tensões, segredos e mal-estar. Como não sabem as causas, podem achar que são culpadas pelos desentendimentos dos pais
3. Leve em conta que brigar na frente dos filhos não é um bom comportamento; os pais devem ir a outro cômodo ou esperar os filhos dormirem
4. Se os seus filhos presenciaram uma briga séria, é preciso que eles vejam a resolução da situação. Assim, aprenderão que conflitos são normais e podem ser resolvidos através da comunicação. Deixe claro que as crianças não são culpadas de nada
5. Se saiu do sério, explique que a falta de controle foi um erro, em um momento de nervosismo, e peça desculpas
6. Nunca, sob hipótese alguma, inclua os filhos em uma briga. Também não peça que eles tomem partido de um ou de outro, jamais



quarta-feira, 30 de março de 2011

A DOR DA REJEIÇÃO E A DOR FÍSICA - SÃO DORES REAIS INTENSAS...

29/03/2011 - 10h36

Dor da rejeição e dor física ativam mesma região do cérebro, diz estudo

Da Agência Fapesp
  • Pesquisa indica que rejeição social machuca Pesquisa indica que rejeição social machuca
A dor da rejeição não é apenas uma figura de expressão ou de linguagem, mas algo tão real como a dor física. Segundo uma nova pesquisa, experiências intensas de rejeição social ativam as mesmas áreas no cérebro que atuam na resposta a experiências sensoriais dolorosas.
“Os resultados dão novo sentido à ideia de que a rejeição social ‘machuca’”, disse Ethan Kross, da Universidade de Michigan, que coordenou a pesquisa. Os resultados do estudo serão publicados esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
“A princípio, derramar uma xícara de café quente em você mesmo ou pensar em uma pessoa com quem experimentou recentemente um rompimento inesperado parece que provocam tipos diferentes de dor, mas nosso estudo mostra que são mais semelhantes do que se pensava”, disse Kross.
Estudos anteriores indicaram que as mesmas regiões no cérebro apoiam os sentimentos emocionalmente estressantes que acompanham a experiência tando da dor física como da rejeição social.
A nova pesquisa destaca que há uma interrelação neural entre esses dois tipos de experiências em áreas do cérebro, uma parte em comum que se torna ativa quando uma pessoa experimenta sensações dolorosas, físicas ou não. Kross e colegas identificaram essas regiões: o córtex somatossensorial e a ínsula dorsal posterior.
Participaram do estudo 40 voluntários que haviam passado por um fim inesperado de relacionamento amoroso nos últimos seis meses e que disseram se sentir rejeitados por causa do ocorrido.
Cada participante completou duas tarefas, uma relacionada à sensação de rejeição e outra com respostas à dor física, enquanto tinham seus cérebros examinados por ressonância magnética funcional.
“Verificamos que fortes sensações induzidas de rejeição social ativam as mesmas regiões cerebrais envolvidas com a sensação de dor física, áreas que são raramente ativadas em estudos de neuro-imagens de emoções”, disse Kross.

O NOME - APRENDENDO QUEM SOMOS NÓS! ONDE ESTAMOS NÓS! QUE ALMA NOS HABITA!

A professora escreveu o nome incompleto, a aluna copiou o nome completo. Primeiras letras, primeiros sonhos...da cartilha Caminho Suave, e só depois de muitos anos entendi que o caminho deve ser assim: suave!
O caminho suave é o caminho do meio - dá trabalho porque estar nele é puro auto-conhecimento, entretanto alegria e a dor de se ter esse conhecimento é algo inimaginável.

O CADERNO - O PEDIDO DE DESCULPAS - A DEDICATÓRIA - E A CASA -



O QUE UMA CRIANÇA NÃO É CAPAZ DE TRANSPOR EM DESENHOS SUA DOR E ANGÚSTIA! PROFESSORES NÃO VEEM, MÃE NÃO VIU? NÃO DESEJOU VER NEM SABER!


A CASA - SEMPRE UMA CASA - UM LAR - UM LUGAR SEGURO E FELIZ (?)
DESEJOS ESCONDIDOS NUM SIMPLES DESENHO
DE UMA CRIANÇA - DE 7 ANOS -

quinta-feira, 17 de março de 2011

CAPITULO IV - A CASA -

Malu estava lá. Na sua casa. A casa ...sabem o que isso significava? A casa? Casa é sinônimo de lar, familia, refúgio, teto, segurança, tranquilidade, amor , sim amor, paz, enfim...hoje Malu sabe disso porque hoje é um tempo que faz tempo do tempo que passou quando ela estava na sua casa....primeiro lar!
Acredito que a relação dela com a casa deveria ser um desejo inconsciente de se ter a familia por perto. Pai e mãe juntos ou não, mas perto. Um pai presente, principalmente. Não saberia avaliar o sentido dessa casa naquele momento, porque tudo acontecia de forma instintivamente a nem permitir o raciocínio dos acontecimentos dada a rapidez , da forma como tudo foi se passando. Hoje, já crescida, pode avaliar com calma esses fatos.
A casa estava lá e ela estava na casa. Pela primeira vez na vida sentiu uma solidão boa, calma e tranquila. Morar sozinha foi a melhor coisa que lhe acontecera nos ultimos tempos, pensava. Malu finalmente conseguia um pouco de silencio.
Com a casa veio também seu primeiro trabalho. Malu conseguiu assim: Foi até um banco onde a conheciam, porque sua avó frequentava por muitos anos esse banco e ela muitas vezes foi acompanhá-la, então decidiu se dirigir até esse banco, chegando lá chamou o gerente – ela lembra nome e sobrenome – e disse assim: _ Sr. Fulano, tudo bem? Lembra de mim? Sou a neta da fulana, estou morando aqui na cidade e fazendo faculdade de direito e preciso trabalhar, pensei em te pedir um emprego aqui no banco, existe alguma vaga , algum serviço que possa fazer? Quero trabalhar aqui!- O homem surpreso lhe disse que poderia sim...então tudo começou ai!
Já com dezoito anos iniciou seu primeiro trabalho naquele banco. Foi um tempo: m a r a v i l h o s o! Um dos melhores de sua vida!
Funcionava assim: a casa onde morava era da avó, consequentemente a isentando de pagamento de aluguel, a avó também lhe custeava a faculdade, então seu salário seria para as suas depesas pessoais e livros, porque ela fez questão de avisar os avós que os livros ela compraria. Malu lembra que sequer indagou , em nenhum momento qual seria seu salário – iria começar no banco como auxiliar de escritório – era esse o nome do cargo – salário? Nem pensou nisso! Só viu quando a pessoa do RH a chamou na hora de registrar a carteira e viu lá um numero que para ela era muito “grande” e ficou super feliz!
Malu fez tudo premeditado, pensou nesse banco por estar perto de sua nova casa. Cinco quarteirões de sua casa, mesma rua, só seguir em frente! Não era um sonho? Pensava! Poderia ir tranquilamente a pé.
Vida nova! Primeira casa, primeiro trabalho, faculdade...primeiro namorado...ela nem queria namorar, como sempre, a vida deu um super salto! Parte da angústia havia passado, parte, pois estava entorpecida pelos ultimos acontecimentos em sua vida. As mágicas estavam funcionando...
O trabalho era simplesmente fantástico! Ajudava também o fato de ter muitos jovens cursando faculdade e a mesma faculdade de Malu, se não fosse direito era administração, então a “turma” era fantástica! Naquela época os bancos abriam logo cedo, creio que 8h00 , Malu trabalhava das 08h00 às 14h00, maravilhososo! Depois ainda com a tarde toda livre, a faculdade só a noite. Com isso foi mobiliando melhor sua casa, arrumando sua vida.
Na primeira semana da faculdade Malu estava tão radiante, tudo indo tão bem que até pensou: Nem quero namorar, senão estraga! (olhem só o tipo de pensamento, a situação emocional dela, assimilando uma estória anterior, de seus pais, como fracasso total e carregando isso para a sua vida), mas o fato é que na segunda semana de faculdade caía por terra sua promessa! Na segunda semana de faculdade já estava namorando.
Casa, emprego , primeiro namorado, tudo novo, Malu ficara feliz porque se sentia muito bem recebida pela familia de seu namorado. O que era muito importante para ela. Ela sentia o preconceito de ser filha de pais separados, naquela época isso existia...e ela ainda voltou para cidade onde tudo aconteceu, reviveu o passado de seus pais. Isso foi muito difícil para ela...mas dentro daquela familia do seu namorado, existia um sentimento muito confortável e acolhedor. Familia que era extremamente católica, não se importava pelo fato dela morar sozinha – é isso isso também acontecia... afinal que menina mora sozinha numa cidade pequena daquela? - cadê os pais dela? - Mas o fato é que essa família a acolhia sem julgá-la. Uma linda familia, uma familia realmente feliz era aquela, e Malu e seu namorado formavam o casal perfeito da faculdade, mas alguma coisa acontecia dentro dela...sentimentos obscuros e confusos estavam lá ainda...e iriam ficar por muito muito tempo...
Estava na mesma cidade que seu pai morava...foi aí que ela se percebeu de algo maior...o destino havia se incumbido de aproximar esses dois ao menos geograficamente! Coincidências?
Antes, estava numa cidade a quase 500km de distância, agora na mesma cidade onde nascera, onde seu pai morava...e agora?
As coisas são tão incríveis na vida, tão mágicas e acontecem numa velocidade tão impressionante que muitas vezes, na grande maioria das vezes nem percebemos os milagres, as mágicas, as “penas azuis” que se materializam. (essa estória está em capitulo anterior)
Em um dado momento Malu e sua mãe se desentenderam por telefone seriamente. Demorou , pensou ela. Então não havia outro caminho a seguir, senão procurar finalmente seu pai. Malu queria saber quem era seu pai, como era seu pai, afinal ele era mesmo esse monstro desumano?
Para voces terem uma idéia, os pais da Malu foram um casal famoso na cidade, na época, de um lado a mãe era a mulher mais bela daquela cidade naquela época, verdadeira Liz Taylor. Isso gerava repercussão , claro! Malu não sabe dizer muita coisa a respeito de tanta fama dos pais, talvez pela forma com que separaram, numa pequena cidade do interior deve ter gerado comentários e certos escândalos! Mas o fato é que quando estava trabalhando no banco, muitas vezes chegavam alguns clientes para ela atender que simplesmente olhavam e diziam: _ Nossa, voce é filha do Georgetti? Malu assustada porque nem conhecia tais pessoas simplesmente confirmava, e então ouvia: _ Sabia que a filha dele estava na cidade, mas não sabia que estava trabalhando aqui e ao te ver te reconheci porque voce é a cara de seu pai! Impresionante! Acreditem, as pessoas iam ver a filha do Georgetti naquele banco....Malu virara certa atração turistica, iam ver a filha da mãe – fulana de tal - (literalmente, o nome da mãe não foi falado aqui, então fica sendo a filha da mãe mesmo) e a filha do Georgetti! Certa vez, uma amiga de sua mãe a reconhecera e quase que adicinhando a angústia de dentro dela falara: _”Menina , voce foi a criança mais desejada, mais amada e bem recebida desse mundo! Sabia disso?” - Hã, como assim? O que essa louca está falando?
Num momento de grande angústia e coragem, Malu brigara com sua mãe, estava realmente só na vida, não importando naquele momento se os avós eram esses avós maravilhosos, se seu namorado era espetacular e se a familia desse namorado a recebia de forma carinhosa e amável, não importavam suas amizades na faculdade nem no trabalho, Malu estava repleta de pessoas ao seu redor, mas estava só. Sempre soubera disso e agora, depois que havia descartado sua mãe de sua vida – aquelas brigas de adolescente, passionais – estava só, imersa nessa solidão incomensurável de vida. Sua alma sentia a dor e a angústia de tudo e de nada!
_Preciso conhecer meu pai, afinal ainda posso tê-lo, dizia. E num misto de angústia, dor, medo e coragem tirando de sua alma esse desejo maior que tudo, pensou por qual caminho iria passar até chegar nele? E lançou-se ao mar da vida!

segunda-feira, 14 de março de 2011

CAPITULO III - A CASA - UM NOVO LAR (?)

Por incrível que pareça, pelas coincindências ou não da vida, Malu foi morar sozinha numa casa,certo? Sabem que isso passou...impressionante como passou até mesmo para ela o fato de que a casa que ela foi morar era justamente a mesma casa onde seus pais casaram! A mesma casa onde fora realizada a festa do casamento de seus pais! A mesma casa onde foi cortado o bolo de casamento de seus pais! Não sabe explicar o motivo de não ter percebido logo de imediato, o fato é que depois de muito tempo , Malu percebeu o que acontecera. De certo modo , em todos os sentidos estaria buscando suas origens! 

 

quinta-feira, 10 de março de 2011

CAPITULO III - PAGINA 11 - AOS DEZESSETE -

AOS DEZESSETE



Ok. Malu, fugiu de casa, curtiu , sofreu , mas teve que retornar. Estava alí , já havia dois anos, dois anos perdida naquele lugar, naquela estranha e nova cidade,naqueles pensamentos.

Ainda hoje, depois de tantos anos, consegue definir as imagens que via quando pegava o onibus de manhã para sua aula e ia seguindo no olhar àquelas ruas, edificios...cheiros e coisas, paisagens de sua janela do onibus totalmente desconectadas com seu pensamento, paisagens estranhas, nem por isso deixavam de ser belos, mas estranho porque não lhe eram nada familiares. Lugares frios, pessoas frias, coisas geladas. Tudo era muito longe dela, a sua vida estava em outro lugar. Perdida no seu próprio mundo de incertezas e todo o resto desconectado dela mesma. Não sabia dizer ou definir seus objetivos e isso sempre lhe angustiava. Parece que todo mundo sabe o que quer da vida, mas ela se perguntava e nada sabia...isso realmente lhe angustiava...

Malu lembra de uma época que a propaganda de cigarros ainda não era proibida e havia um comercial que sempre lhe martelava à cabeça. Por um bom tempo na sua vida lhe cobrava o que aquele comercial de cigarros dizia e dizia assim: (nome do cigarro, era minister )” Minister ,para quem sabe o que quer. Quem sabe o que quer vai mais longe, minister! “ Essa frase perturbou-a por muitos anos, porque ela ficava se perguntando o que realmente desejava? O que queria? Simplesmente não conseguia definir nada, nada e nada! Isso a angustiva e já fazia se sentir fracassada antes sequer de ao menos se saber o que ela desejava....essa sensação de não conseguir se definir a fez sentir desde cedo uma sensação muito forte de fracasso, afinal ela não iria muito longe na vida, porque a frase martelava....martelava....pois é, veja a força que tem um comercial de televisão desde cedo na mente das pessoas...uma criança...a sensação de fracasso obviamente não era proveniente daquele comercial, e sim possuía raízes mais profundas dentro de sua alma, mas ela não sabia disso, não conseguia ver nada.

Agora com dezessete e desde o comercial, devia ter uns quatorze anos....não lembra....já pensava sobre o assunto. Mas como nada lhe vinha em mente, uma vida sem uma causa, sem nexo, sem objetivos....afinal, quando alguém tem objetivos? Afinal, Malu ainda era uma criança...adolescente...desde sempre se questionando e cobrando dela mesma uma posição na vida que não sabia dizer a sí mesma qual era....apenas se sentia de fora , sempre ao lado de fora...

Imaginem que isso era anos 80 , inicio, não havia, ao menos aqui no Brasil, computadores, celulares, essa interatividade toda, as pessoas eram menos informadas, nem por isso mais ou menos solidão, não é essa a questão. A questão é que hoje os adolescentes nem sabem mais ficar sozinhos consigo mesmos. Ou estão na frente do computador, ou passam horas no celular ou estão dormindo. Malu só ficava com ela mesma, sem celular, nem computador, apenas ela mesma. Talvez isso tenha sido muito ruim....ou talvez não...vá saber...ninguém sabe...a solidão era até boa companhia, pois quando estava só estava em silencio, pensava ela, só que esse silencio talvez não fosse o “bom silencio” era apenas um silencio de ambiente, não de mente. Sua fuga era devorar toda a coleção da Agatha Christie, leu tanto que já decifrava essa autora, leu muitos livros best seller da época, pois sua mãe colecionava-os, lia livro que sequer compreendia, lia também Harold Robbins, adorava isso! Sua casa sempre fora muito barulhenta, sempre, por isso desde os quinze anos pensava: “Um dia iria morar sozinha...” Sentia um silencio inquisidor, perseguidor, talvez os pensamentos fossem apenas desejos de fuga, sonhos de qualquer adolescente, não sei dizer agora...mas Malu sempre estava só, dentro dela.

Agora com dezessete, terminava o colegial, terminava os estudos e ia fazer o que? Qual faculdade? Onde? Como? A idéia de morar sozinha estava tão dentro , um propósito tão forte...bom, então um propósito, um desejo ela conseguia visualizar. Mas naquele momento ela não tinha a menor consciência disso!

Desde os quinze anos, desde quando decidira fugir daquele jeito, (é o capitulo da fuga) imaginava que poderia logo logo estar só em sua casa. Ah! Um lugar só dela, quieto em paz, pensava.

Nessa época Malu havia lido um livro chamado Ilusões de Richard Bach , depois de ter lido e visto o filme Fernão Capelo Gaivota do mesmo autor – no livro , na capa do livro há uma pena azul, essa pena azul simbolizava um exercicio de materialização de uma idéia. Malu então decidiu se por à prova desse teste e pensou: Vou usar isso, vou mentalizar para que materialize meu sonho , meu desejo de morar só. Então num exercício de fé, intuitivamente e sem que ninguém soubesse, entrou numa loja de departamentos e escolheu um jogo de pratos rasos para cozinha e ao comprar mentalizou que esse jogo somente seria aberto quando estivesse em sua casa! Isso aos quinze. Ao chegar em casa, Malu escondeu aquilo dentro de seu guarda-roupa, deixou lá dentro um pacote fechado bem escondido para que não despertasse a curiosidade de sua irmã e esta destruísse o pacote. Ficou lá por um ano e meio, ou menos ou um pouco mais, não importa. O que aconteceu depois foi pura mágica do universo e Malu, estava provando disso conscientemente pela primeira vez em sua vida! Essa mágica foi incrivelmente fortalecedora para sua alma.

Ao término do colegial, ainda pensava o que pretendia cursar na faculdade, na verdade Malu não desejava entrar logo para a faculdade, ela experimentara algumas aulas num cursinho e realmente havia adorado o ambiente, as aulas , tudo! Então seu desejo era fazer um bom cursinho e depois viver a faculdade, afinal ainda se sentia insegura para entrar nesse universo de “adultos” porque faculdade parecia mundo de “adultos”. Pois é. Estava passando as férias de dezembro e janeiro do inicio do ano de 1983 na casa de sua avó numa pequena cidade distante a apenas 25 km mais ou menos de sua cidade natal. Martinópolis...uma pequena e pacata cidade do interior do estado de São Paulo. A avó instigava a neta, perguntando o que ela desejaria cursar, Malu pensava então em direito ou em psicologia ou até em marketing e propaganda, essa última opção, talvez a mais atraente para Malu, se ela não se engana, naquela época só devia ter na cidade de São Paulo, capital, o que parecia meio inviável como logistica financeira e talvez emocional, não sabe dizer ao certo os motivos que fizeram declinar de São Paulo, mas então ficou com a opção do direito e a avó dizia: “Vem cursar faculdade aqui em Prudente (Presidente Prudente) assim voce mora um pouco comigo afinal são somente 25 km de distância tem onibus toda hora...Malu pensou na possibilidade, ela gostava da avó, e também era uma oportunidade em ficar mais longe de casa...uma outra casa...quem sabe mais calma...sei lá...pensava....então fez a inscrição no vestibular, mas a idéia ainda era fazer cursinho em Campinas e finalmente adotar essa cidade, mas pelas artimanhas da vida, Malu passou e passou bem. É aquela estória de não se acreditar no próprio potencial, ou então quando a mente está relaxada ela trabalha melhor porque não havia pressão em passar em vestibular, afinal mal saíra do colégio, com dezesste na faculdade já? Naquela época , acreditem até passar em faculdade privada era mais difícil, a coisa toda era mais séria. Malu estudou em colegio público, era bom.

Então passou na faculdade, bom, frio na barriga, eis que os planos de morar com a avó diante do fato real de que estaria na faculdade mudaram. Temendo a reação da avó disse que pretendia morar sozinha na cidade de Presidente Prudente, quem sabe, talvez numa das casas que a avó possuia e alugava, pensou numa pequena casa que ficava num lugar perfeito para ela iniciar-se sozinha nessa aventura e com a sensação de proteção pela localização da casa. Falou para a avó: _ A casa que fica no meio da casa da Lidia, lá aquela casa é perfeita para mim. - A área parecia um mini-condominio de casas construídas pela avó e pela tia-avó. Na frente dois sobrados, sendo que um residia a tia , ao lado a avó alugava para uma clinica ou escritorio de arquitetura, aos fundos uma outra casa onde residia essa inquilina da avó a Lidia, uma pessoa maravilhosa que ficou por lá mais de dez anos e que era muito querida por todos, então Malu pensou na casinha que fica exatamente entre essas duas, bem no meio, escondida para quem passa na calçada. Na frente uma tia, uma inquilina e aos fundos uma outra inquilina amiga da familia há mutos anos, lugar perfeito pensou! _ Mas será que a avó iria apoiar? A avó ainda era das antigas...desejava ver a neta casar virgem, não tinha papos de avó moderna , foi repressora de sua filha, mãe da Malu por todos esses anos....como poderia apoiar uma idéia desse porte? Entretanto por mistérios da vida essa avó foi a primeira pessoa a dizer que gostara da idéia e ainda disse a Malu: _ Por que não me disse antes, acabei de alugar a casa para uma república de garotos? Mas no mesmo instante a avó se dispôs a resolver a questão. Deu meia-volta volver e depois de um dia ou dois chegou para a Malu e disse: _Questão resolvida, já “desaluguei” pode morar lá.

MINHA NOSSA SENHORA DOS DESABRIGADOS! MINHA NOSSA SENHORA DOS SEM TETOS! MINHA NOSSA SENHORA DOS SEM FAMILIA! MINHA NOSSA SENHORA DOS DESEJOS INSANOS!

A pena azul se materializou!

Vamos aos preparativos para iniciar-se à iniciação!

Vamos colocar os pratos nos devidos lugares, e foi o que aconteceu, aquele jogo meio velho já guardado foi aberto em sua nova e quieta casa, agora seu novo lar! 
 

FUGINDO DE CASA - CAPITULO NA INTEGRA -


CAPITULO I - FUGINDO DE CASA -

Primeira parte – capitulo I -


Quando se tem quinze anos, você pode dizer que tem quinze anos e pode fazer o que desejar porque você tem quinze anos. Malu com quinze anos, morava numa cidade que considerava “a cidade” maravilhosa, pois dentro dela havia tudo o que uma adolescente deseja. Estava no inicio e promissor tempo de sua adolescência. Era uma linda garota, desejada e estava conquistando amigos por todos os lados. Ou seja, se achava o último biscoito do pacote, ela e uma de suas melhores amigas,elas simplesmente se achavam.

Morava numa pequena e tranquila cidade do interior, devia haver uns 60 mil habitantes naquela época. Cidade onde , talvez, até hoje ainda existam tribos indígenas, por essa razão o nome da cidade é Tupâ, fica no interior do estado de São Paulo.

Morava a três quadras da escola que estudava, na mesma rua, o que para ela era realmente uma benção. Não precisava que ninguém a levasse a escola, e poderia dormir até mais tarde, acordando sempre no último minuto do tempo necessário para se arrumar e sair correndo. Era um tempo bom, pensava, apesar da solidão, uma solidão estranha que sempre a acompanhara, ela simplesmente estava amando a cidade e seus amigos.

Suas aulas de educação física eram sempre no período da manhã, coisa que ela detestava, alías qual adolescente gosta de acordar cedo? Já dormia com o uniforme azul marinho parecido com o da marca adidas, com aquelas faixas ao lado, obviamente sem o nome da marca, apenas o uniforme que lembrava em muito esse tipo de agasalho que ficou tão famoso e virou objeto de desejo de consumo. Pois bem, já dormia de uniforme para não perder tempo ao acordar. E por ser a rua da sua casa, caminho da escola, todos as manhãs, passavam por lá outros colegas que também iam a pé até a escola e gritavam pela janela de seu quarto , que era justamente a janela que dava para a calçada, gritavam: _ Maguary, maguary é o sucooo! - isso porque Malu , apesar de ter já seus quinze anos, ainda levava à aula, uma lancheira para seus lanches na hora do recreio – hoje intervalo – e dentro dessa lancheira, sem nenhuma vergonha, todos os demais obviamente deveriam ter vergonha de carregar aquele negócio em idade que julgavam ser tão avançada, levava suco maguary (sem propaganda, não está recebendo nada por isso, apenas trata de uma lembrança dela mesmo) e levava seu mais delicioso leite condensado caramelizado com flocos crocantes e o puro chocolate nestlé: chokito! (outra lembrança) Era o chocolate mais delicioso do mundo para ela. O chato dessa menina era que ela muitas vezes era chata mesmo! Mostrava para todos o lanche, ou então todos queriam ver sempre o que ela estaria levando para aquele dia, ela mostrava, mas na hora do recreio ela sumia e comia tudo sozinha, para depois retornar de seu esconderijo sem nada e ainda chorar algo mais para os outros que bravos ficavam por ela não ter dividido nada!

Malu é gulosa até hoje...

O fato é que essa época era boa, vivia uma fase boa, pensava...
Quando fez seus quatorze anos, o pessoal da escola se dispôs a fazer uma brincadeira dançante no fundo de sua casa, no quintal, e nesse tempo todos ajudaram. Os meninos montaram no fundo da casa, uma boate ao ar livre, com direito a globo , luzes coloridas, daquelas bem bregas mesmo, de casa noturna xexelenta, mas que no final era isso mesmo que os jovens daquele tempo faziam. Então a festa foi um sucesso! E ainda lembra da roupa que usava. Um vestido branco, lindo e pela primeira vez o salto alto! Ahhhh o salto alto. Caracterizando para ela a transição de idades e fases, crendo que por saber usar um salto alto já era mulher! Essa época achava ser a melhor, talvez tivesse sido mesmo.

As descobertas de novas amizades, o despertar para os namorinhos, as festinhas dos quintais, e pasmem! A turma ainda brincava na rua! Brincavam de queimada na rua até esquecer da janta. Isso com quatorze, quinze anos. Brincava de pique-salva, era muito divertido. Os amigos eram vizinhos e colegas da escola. Fechavam uma rua paralela para brincar de bets. Alguém sabe o que é isso? É um jogo de taco e bola. Divide-se a rua e em cada ponta ficava uma pessoa com um taco, um de frente para o outro, reservando uma certa distância, acredito que uns 8 metros, e tendo ao fundo, atrás da pessoa que ficava com o taco, uma outra com uma bola na mão. Parecia um pedaço de jogo de beisebol. A pessoa com a bola na mão , mirava o que ficava em sua frente, alguns metros adiante para arremessar a bola e não permitir que aquele que estava com o taco na mão conseguisse rebater. Então ela arremessava a bola e se o rebatedor não conseguisse rebater a bola que ia longe, fazendo que que o arremessador daquele ponto corresse atrás da bola até trazê-la de volta, e enquanto corria ficava o arremessador que jogou a bola contando em numeros o tempo demorado, esses numeros significavam os pontos ganhos. E assim ia. Queimada, taco e pique e salva era a brincadeira mais bacana do mundo para ela. Pique e salva era um esconde-esconde mais sofisticado! Os amigos se reuniam na rua mesmo , dividiam-se em grupos e um ia procurar o outro. Isso fazia com que todos entrassem nas casas de todo mundo pelo bairro , pelos quintais se escondendo. Coisa absurda nos dias de hoje! Era realmente muito divertido para ela e seus amigos. Acreditem isso era aos quatorze , quinze anos! O que seria a sétima e oitava série escolar.

Ao entrar no colegial, mudou -se de escola e foi para uma um pouco mais longe. Lá também conheceu mais pessoas e fez mais amizades, além de vivenciar novas experiências. A vida ia acontecendo de forma segura, pensava ela, tudo estava indo bem. A mãe havia se formado a pouco em direito e estava na cidade de São Paulo fazendo uma academia por conta de um concurso que havia prestado e passado. Então , imaginava que estava tudo em ordem na vida! Quem sabe uma ordem jamais experimentada e uma ordem segura! Morava numa boa casa, tinha ótimos amigos e era popular.

Certa vez, pensou em voz alta com uma de suas melhores amigas que elas gostariam que todos os meninos que estariam de olho nelas, ficassem numa fila e então elas iriam experimentando um por um até saber de quem se apaixonariam, vejam só a idéia! Não podiam perder tempo!

Aos domingos, frequentavam já um clube com uma brincadeira dançante que ia das 21h00 até as 0h00 – olhem só. Menores podiam frequentar nesses horários! Era bom. Era divertido e até mesmo infantil.

Uma vez um menino da cidade, que não fazia parte da turma de amigos dela, começou a persegui-la, seguindo-a de carro enquanto ela ia a pé da escola até a casa dela! Isso porque ele oferecia carona, mas como ela não aceitava ele ia ao lado num super , mega, blaster fusca branco, rebaixado com os numeros de placa 3034 se é que ela diz lembrar! Então esse garoto já estava enchendo o saco dela, assim pensava!

Ele começou a frequentar o clube das brincadeiras dançantes onde Malu ia aos domingos somente para ver se conseguia falar ou dançar com ela. Mas o que era divertido era ver o comportamento de algumas meninas no baile. Na hora das musicas animadas, elas ficavam lá se exibindo, dançando , cabelos compridos, todas tinham, pulavam de ombro em ombro. Passeavam os olhos nos meninos que iam secretamente escolhendo para dançar na hora da musica certa. Enquanto isso, os meninos, cochichando com outros, tentavam escolher suas futuras parceiras de dança. Ocorre que na hora da troca de ritmos, todas as meninas saiam correndo até o banheiro do clube para, retocar a maquiagem, para refrescar um pouco, imaginem dançar suada! Para sumir mesmo dos meninos! O que sempre acontecia, não tinha como evitar. Depois de muitas e muitas musicas, elas retornavam ao salão, fingindo que nem, aí pra ninguém e se faziam de rogadas, aguardando suas próximas vítimas!

Então esse menino que estaria “perseguindo “ a Malu, chegava nela, e dizia: _ Vamos dançar?

_ O quê? Tá louco! Com voce? Nunca! Nunquinha! Nem que fosse o último homem da face da terra!

Imaginem virem ela com aquele “maconheiro”! Imaginem a reputação!

Nossa, não sei o motivo de tanta raiva, mas o fato é que esse garoto era repudiado cruelmente pela Malu! Dá dó né! Dá dó? Pega pra voce, ela falava!

Mas olhem só o que o garoto fez. Malu estava com seus quinze anos, ele com dezenove, garoto playboy como falavam. Devia ser “maconheiro” porque era “filhinho de papai” não era bem quisto pela turma.

Sendo sumariamente rejeitado, ele não desistiu e passou a visitar a mãe dela enquanto Malu estaria na escola. Chegava lá, blá blá blá daqui, blá ,blá, blá de lá, deixava sempre um presentinho para Malu guardado pelas mãos de sua mãe! Olha que meigo! Malu chegava da escola e sempre teinha uma flor, ou uma lembrança, ou um bilhete para ela (bilhete guardado até hoje, diz ela), e lembra bem de um presente porque era lançamento no mercado: chandele! Vejam só , até isso ele deixou por lá. Chandele! Um tipo de danone achocolatado!

De tanto que insistiu Malu começou a frequentar um pouco a casa dele, conheceu a irmã, pais, mas ficava só nisso! Achava ela que ele deveria ter uma namorada, o cara era estranho, fez tanto, mas não chegava muito perto.

Uma vez ela estava ensaiando um inicio de namoro com ele quando ele disse que ela era um tesão! Então ela respondeu : _ahã.. em casa: _ mãe o que é tesão?

Passado uns meses desse lenga-lenga Malu estava apaixonada! Mas ainda nem estariam namorando! Cara estranho...acho que agora quer se vingar de tanta rejeição, pensava.

O ano passou assim, intenso...para quem se tem quinze anos...
Num mês de novembro sua mãe chegou para ela e disse que iriam se mudar daquela cidade! O quê? Não acreditou, não podia acreditar nisso! Não ouvia direito, não era com ela! Mas sim , vamos mudar de cidade . - disse a mãe.

_ Como? Por que?
    A mãe que estava em São Paulo fazendo a academia de seu concurso havia retornado e a chamaram para assumir um cargo em outra cidade do interior do estado.
      
    - Campinas? Que cidade é essa? Onde fica? Não podemos ficar? - Malu, em desespero, realmente não conseguia aceitar que iria sair dalí. É como se ela fosse fundadora de um partido e sua sede seu quartel-general era lá, como poderia sair? Com todos os eleitores devidamente conquistados? Como poderia começar tudo de novo em outro lugar que jamais ouvira falar? O mundo caiu. 
       
    Era novembro, final do ano, final das aulas, falou com os amigos sobre a noticia e todos ficaram em pranto.
    - O que fazer? Como fazer? Vamos falar com sua mãe para ver se ela fica . -ingenuidade dos amigos!
    Pois é, foram falar com a mãe e o padrasto dela, desejavam maiores informações, explicações e alguns foram....nada.
    Malu contou para o seu pseudo-namorado sobre a mudança. Ele também não se conformou e foi falar com sua mãe, que explicou que não havia jeito e forma de que ficassem naquela cidade.
    Malu, não conhecia a cidade onde iriam, mas já a odiava!
    Como poderia ir contra se não era ainda uma pessoa independente, nada?
    Quinze anos? Pela primeira vez, ficou com raiva de ter somente quinze anos! Queria poder ter poder de decidir seu destino! Mas era inútil e sua angústia só aumentava.
    A mudança estaria agendada para o inicio do proximo ano.

Que tristeza viver naqueles dias antecedentes! Tudo era motivo de despedida! Tudo cheirava a despedida. As festas, os bailinhos, as paqueras, tudo! Uma tristeza sem fim!
  
Malu tinha certeza de que sua vida nunca mais seria a mesma em qualquer outro lugar! Nunca!

De fato ela tinha razão!

_Como poderia suportar tudo isso sem nada, nada poder fazer? O pior é que não se desejava fazer nada errado, nada! Só desejava viver , pela primeira vez em sua vida, uma vida estável, sem sobressaltos, sem mudanças geográficas, fisicas, uma vida que estava vivendo!

Ela chegou nessa cidade de uma terrível mudança vinda de um outro estado Vinha da cidade de Campo Grande, hoje capital do Estado do Mato Grosso do Sul, que vinha de São Paulo, capital, que vinha de Presidente Prudente...que vinha de.... e ali parecia que iria ficar....para sempre!

Mas não! Não soube entender que o concurso significava a mudança. Senão creia-me, Malu teria feito algo se tivesse chance para tal.

Fato é que a mudança foi um dos momentos mais significantes na sua vida. A despedida foi uma tristeza só. Despedida aqui, despedida alí e muita solidão, muita dor e dor na alma.

Foi para Campinas/SP, foi a viagem mais dolorosa da sua vida. Olhando pelo vidro do carro vendo tudo passar, as ruas, casas, lojas que conhecia, a rodoviária, as pessoas que nem conhecia, mas imaginava que nunca mais iria ver aqueles semblantes....uma tristeza só. Nada , nada poderia fazer. Isso era a pior parte! Aceitar as mudanças que a vida impõe, pensava ela. Que revolta por isso! Que raiva!

Com absoluta certeza ela jamais poderia gostar da nova cidade, jamais, mesmo que tivesse gostado, jamais iria aceitar e admitir que gostou, mas justamente pelas condições que foi levada à mudar de cidade , creio que até hoje ela ainda guarda a mágoa de um lugar que lhe foi imposto!

Malu tinha um plano, pequeno, sequer saberia dizer se iria ter forças para cumpri-lo, mas tinha um plano!
Ao aproximar o inicio das aulas do ano em que já estava na nova cidade, Malu se preparava, nervosa, será que iria até o fim com seu plano?

As aulas se aproximavam, então sua mãe lhe mostrou a nova escola e o novo local de trabalho, que por sinal não ficava muito longe da escola.

No primeiro dia de aula, Malu arrumou suas “coisas” escolares , pegou uma bolsa da mãe, naquela época a bolsa era grande, mas não tanto como é hoje, e colocou algumas roupas dentro. Como sua mãe nem desconfiou? - Pensou. Nada. Não usava as bolsas dela. Mas nada falou! Não sei dizer o que cabia lá, nem o que colocou. Sua mãe lhe deixou na escola e foi ao trabalho.

_ Nossa! Que mausoléo! - pensou! É aqui ? Bom deixa eu ver onde estou.

Foi até um escritório dentro da escola e informou sobre a secretaria. Chegando lá, avisou a quem de direito quem ela era, que era aluna nova, que vinha transferida de escola, que a vaga era dela mas que estava ali avisando que iria faltar pelo menos os próximos vinte dias, mas que voltaria e tomaria o lugar dela. Feito isso, saiu ao portão!

Sinceramente ela não sabia onde estava, lugar, bairro, nada!

Ao sair , perguntou a primeira pessoa que passou onde ficava a rodoviária. Acreditem, ficava a alguns quarteirões dali. Deu para ir a pé!

Pensava: Meu Deus! Que sorte!

Chegando lá, comprou passagem para Tupã , e ao descer para aguardar o ônibus, por sorte, encontrou um amigo de Tupã que estava indo para lá. Foram juntos. E no caminho ela contou o que e como estava lá.

Ela , na verdade, estava fugindo de casa! Era isso!
Contou ao amigo que já estava tudo combinado em Tupã.
Já que ia mudar, ela ao menos desejava voltar para passar o carnaval lá. Seria seu primeiro carnaval em clube fechado , pulando a noite com amigos!
Os amigos ainda foram pedir para que a mãe a deixasse voltar ao menos no carnaval, e não se sabe o porque, fato é que tudo lhe fora negado.

Vendo a situação irreversível combinou com seus amigos sobre a sua possibilidade de ir escondida.

O garoto de que ela gostava, aquele garoto que de inicio a perseguia, mas que agora haviam ficado amigos, mas não namorados, também a ajudou.

De fato foi com ele que ela combinou tudo. Ele a convidou para passar o carnaval na casa dele, sua mãe negou, então eles resolveram fazer por conta própria!

Ele lhe deu dinheiro para as passagens já meses antes.

_ E se eu não conseguir, como faço para te devolver isso?

_ Não precisa, não tem problema, mas voce vai conseguir, vou ficar esperando!

Não tinha celular, não tinha internet. Não tinha computador, não tinha nada disso naquela época. Foi tudo combinado meses antes e nunca mais falou sobre o assunto , até a data marcada. Pois o combinado era que no dia que ela fosse embora ela ligaria, avisando -o.

O que ela fez antes, foi avisar as amigas e as respectivas mães das amigas que no carnaval estaria lá e ficaria com elas, na casa delas. As amigas e alguns amigos sabiam sobre a possível fuga, é evidente que os pais dos amigos não!

Antes disso, nos preparativos para a fuga, escreveu uma carta para a mãe e entregou nas mãos da irmã, fazendo promessas e jogando pragas mil para que a irmã somente entregasse aquela carta, já no momento em que ela estaria na cidade de Tupã, isso seria por volta de oito horas da noite. A mãe chegava do trabalho por volta de seis e meia, então o que falar até as oito sobre a irmã fujona?

_ Voce não fala nada, enrola, diz que estou na casa da Cris, enfim, se entregar a carta ou falar pra mamãe antes da hora eu te mato! Nunca mais falo com voce se não te matar, e se não te matar eu acabo com sua vida em vida! Enfim, prometeu fazer da vida da irmã a mais sinistra possivel. Como elas nunca se entenderam ela sabia que a irmã iria contar antes.

A irmã ficou estarrecida, mas prometeu cumprir o tratado.
A viagem durava muito tempo. Em torno de seis a sete horas. E durante esse tempo ela foi conversando com esse amigo, e foi vendo em sua mente sua vida naquele lugar que estava indo.

Engraçado é que a lembranças ficavam tristes, já sentia saudades de coisas e momentos que não mais teria. Tudo seria desintegrado, pensava. Foi uma viagem sofrida emocionalmente.

Ao chegar na rodoviária, ficou feliz ao ver alguns amigos e inclusive o garoto esperando por ela. Gritavam: Ela veio! Ela conseguiu! Foi uma felicidade. Nem lembrava mais da carta, da mãe, irmã, nada!

Foi até a casa de sua amiga, cumprimentou a todos e estavam lá conversando e felizes quando toca o telefone.

_ Malu ! - chamou a mãe da amiga. Telefone pra voce. Sua mãe!

Meu Deus, e agora, a mãe iria estragar tudo! Mas ela foi atender.De início, a mãe só gritava, feito louca, depois ela disse:

_ Voce leu minha carta? Voce tem certeza de que leu direito a minha carta? Porque nela eu falo a verdade.Tanto falo que disse que estaria aqui, deixei o telefone da casa onde estou e voce está me ligando agora. Não é mesmo?

Ela disse que recebeu a carta na hora combinada, que de início ficou verde, vermelha de raiva e tudo mais, que ligou para o dono da empresa de ônibus, que era amigo da familia, para dizer que iria processar o cara porque eles venderam passagem para menor de idade e tudo mais, onde já se viu? Disse ela ao proprietário que, coitado, ficou sem saber o que fazer também, mesmo porque a viagem já tinha acontecido. O proprietário disse que ia pegar o nome dos funcionários que estariam trabalhando naquela hora e iria demitir quem tivesse vendido a passagem.


Quando Malu soube desse fato pela mãe ao telefone, ela disse para não fazerem isso!

Voltou à carta.

_ Voce lembra do que escrevi? Perguntou à sua mãe. Então presta atenção mais uma vez. _ sim, ela falava assim com a mãe ao telefone – eu disse na carta para que confiasse em mim, disse onde e como iria ficar, disse que já resolvi as coisas na escola para que com isso não se preocupasse, disse que não iria engravidar aqui não, se esse é seu maior medo, enfim voce confia ou não em mim? Então me respeite, porque essa é a minha vida e tenho o direito de fazer nesse momento o que estou fazendo. Estou me dando esse direito por ser a filha que sempre fui. Eu pedi , voce não deixou , então resolvi vir por minha conta e risco! Voce não tinha o direito de me falar não, porque eu não mereço esse seu não! Ficarei aqui por uns quinze dias e depois volto. Ufa! Consegui falar – pensou!

A mãe da amiga que nada sabia ficou surpresa com o que ouvia!

Mas do outro lado da linha, uma mãe , talvez assumindo um mea culpa, sossegou e ficou mais tranquila depois da conversa. Desligou o telefone mais calma.

Para tranquilizar a todos, contou que estava tudo bem com a mãe. Ufa! Mais uma vez!

Dalí um tempo, ainda , com todos na casa da amiga, aparece o pai do garoto lá. Nossa Senhora, agora ferrou! Pensou!

Mas o pai do garoto , era colega de classe da mãe da Malu, fizeram faculdade juntos, aliás o pai do garoto era o dono da faculdade e o dono do clube onde ela iria pular carnaval. Ele foi lá e disse:

_ Malu , sua mãe me ligou e contou o que voces dois fizeram. Mas não tem problema – Malu até acha que ele curtiu, gostou da daquela estória porque suas palavras não foram ditas de forma a repreender, mas sim em tom de diversão e alegria, com se estivesse orgulhoso dos dois!

_ Eu falei para sua mãe não se preocupar, que iria cuidar de voce enquanto estiver aqui. Certo? Voce chama quem voce quiser , e pode levar seus amigos ao clube para pular carnaval de graça. Ao chegar lá manda me chamar que eu coloco todos para dentro!

Êbaaaaaaaaa! Alegria geral!

Foi o carnaval mais feliz e depois o mais triste por ter sido o mais feliz da vida da Malu.
A mãe guarda a carta até hoje!
Malu vai recuperar o documento!